His collection shows how various ways of the reception of art and art history permeate each other, from academic discourse to popular narration “sold” in museum boutiques. Esta é uma das observações da nota que acompanha a obra Via dei Pittori do polaco Tomasz Ciecierski, em exposição numa das galerias do Centro de Arte Contemporânea de Varsóvia, na Polónia, até ao dia 26 de Outubro. Não temos imagens da obra mas ela consiste num conjunto de algumas imagens e muitos postais, ligados à arte e a vários artistas do séc. XX, exposto em grandes painéis brancos. Todos os elementos de Via Dei Pittori foram coleccionados pelo artista plástico ao longo de 30 anos. Se os trabalhos de Ciecierski se integram todos num continuo “painting about painting”, diga-se também que não é a primeira vez que ele usa postais nas suas obras. Em 2005 o polaco expunha The Sky and Earth, na Foksal Gallery, uma mostra composta por 130 desenhos a tinta preta, feitos sobre postais. Via dei Pittori foi concebida para a exposição colectiva A Story differently told, que reúne cinco artistas contemporâneos, cujas práticas pretendem ser um contraponto para a imagem institucionalizada da história da arte. O trabalho de Ciecierski integra-se assim numa tentativa de contar a história da arte a partir de documentos marginais (como os postais), de memórias e experiências individuais, deixando de lado os códigos e discursos das instituições. Contemporâneo da era da reprodutibilidade técnica da obra de arte (parafraseando Walter Benjamin), o postal ilustrado continua hoje a ser um dos veículos preferidos para copiar e difundir as obras de arte que “tão convenientemente” nele cabem: “horizontally for landscapes and vertically for portraits.” (Tom Phillips, The Postcard Century). Por outro lado, desde Marcel Duchamp com Rendez-vous du dimanche 6 février 1916, que os postais passam frequentemente das lojas dos museus para as suas galerias, tomando parte em obras de arte como as de Tomasz Ciecierski.
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